O que seria da vida sem encontros? O que seria de nós sem amigos? Todos sabemos que o caminho se faz ao caminhar. E eu ando caminhando. Redundante. Traz encontros e muitos. Maria Élida Machado encontrei umas das vezes no passado em almoços; pois, uma grande amiga, sua colega de trabalho, nos aproximou. Eis que a autora me liga, sabendo de minhas agitações com os livros, com o tema das pessoas idosas. Marcamos um café e ele me dedica e passa o livro: Trilhando Vida. 136 páginas que li numa tacada. São curtas e deliciosas crônicas de suas trilhas pela vida de aposentada com seu marido, trilhando caminhos num motorhome, tendo locais variados como moradia e a casinha que estaciona por aqui e por ali, o tal motorhome. Élida ao falar da aventura da escrita não acadêmica estava preocupada se acertaria o passo. Acertou em cheio. Optou pelo gênero crônicas, com relatos pessoais, pelas impressões vividas nos últimos três anos de estrada, de morada em vários locais. Ela e o marido começaram a pensar – no duro período da pandemia, ela sempre foi profissional da saúde, logo sabia e soube melhor do que qualquer um de nós o que foi a Covid – o que fariam ao se aposentar, surgindo a ideia de viajar, não no modo “turismo”, achar locais por isto ou aquilo, aquela coisa tradicional, nada disto, eles queriam conhecer almas, pessoas, lugares, estarem em moradia ambulante. E assim foi. Na quarta capa há um resumo de suas reflexões, como no posfácio feito pelo Gilberto, seu marido. A pergunta que ela se fazia era “o que é essencial para a minha existência”? Ela e o marido começam a pensar sobre a finitude, o tempo que lhes restava na vida. Filhos criados, netos, começa o processo da simplicidade, do menos é mais, já na pandemia, corte de gastos, compra do motorhome, transformá-lo em casa, e sair rodando por aí, “Trilhando Vida”. E aí a similitude com o coletivo que temos chamado Metamorfose da Vida, ou seja, a arte de envelhecer. Trilhando vida é envelhecer abrindo caminhos. É a metamorfose da vida, simples assim. Gilberto diz que a Élida soube registrar com sensibilidade todos os encontros e casos desta trilha. Sim, muito bem. São tantas histórias que convido o leitor a segurar a ansiedade, comprar o livro, ler e se deleitar. O casal que não era muito ligado nas redes sociais, começa a usá-las para relatar as viagens, os locais, os encontros, criando uma legião de seguidores, em especial jovens, muito jovens deslumbrados e apaixonados por este estilo de escolha. São incríveis os encontros com outros caravaneiros, como se constroem ajudas, solidariedades num simples posto de gasolina, um paradão de caminhoneiros, por exemplo. Tem casos tocantes como o encontro com um casal com uma filha que estavam de moradia numa pequena camionete, improvisada de casinha, porque perderam trabalho e foram mal num empreendimento. Tem as histórias de pedintes, de um país desigual, onde alguns têm motorhomes que parecem mansões e outros circulam numa Kombi. O que perpassa suas crônicas são as reflexões sobre a vida que se quer depois de aposentados, na vivência do envelhecer, de aproveitar o resto de nossas vidas, depois de árduos anos de trabalho. Sugiro também seguir o casal em – https://www.instagram.com/trilhando_vida/ ADELI SELL é professor, escritor e bacharel em Direito Navegação de Post MÊS VIOLETA
Honrada de ter meu livro TRILHANDO VIDA divulgado neste espaço. Obrigada Adeli pela resenha! Espero que gostem! Vendas do livro lá no Instagram que consta na resenha! Abraço a todos! Responder