
E um Leão foi aclamado pelo Vaticano devotos, autoridades, católicos e leigos no mundo inteiro aclamaram o Papa Leão XIV, jovem para um papado, acostumados a ver figuras sóbrias e envelhecidas assumindo este importante papel dentro da Igreja Católica e de grande representatividade ao redor do mundo, vibramos assistindo esta jovem figura, com olhos marejados de lágrimas que promete, salvo perante renúncia ou morte precoce, um papado longevo..
Acompanhei e ouvi falar desde a infância sobre os papas; João XXIII, Paulo VI (1963/78), João Paulo I e II (1978/2005), Bento XVI (2005/13) até a eleição de Francisco em 2013. Quando criança eu tinha uma fantasia que me levava a imaginar como um milagre, o fenômeno da fumaça branca quando um papa era eleito, hoje a química explica, sem maiores mistérios. A figura dos papas me era um pouco assustadora, aqueles velhos com seus cajados e enormes “chapéus” me pareciam juízes enviados por Deus, que estavam aqui para nos vigiar e ditar as regras de um bom católico.
Confesso que já fui católica criada dentro dos dogmas da Igreja, batizada, evangelizada, crismada, participante de grupo de jovens e com o matrimônio sacramentado nesta religião, até o evento do divórcio; que dentro do catolicismo, naquela época era um pecado, passível de abstinência à eucaristia.Tal heresia me afastou da Igreja, levando-me ao agnosticismo, durante alguns anos.
Até Francisco ser eleito, vejam a intimidade, a partir daquele período retomei minha crença na doutrina católica, inclusive recebendo a eucaristia. De Agnóstica me envolvi e recapitulei todo o aprendizado católico, conheci a linha da igreja dos Carismáticos, com abertura e novas formas de seguir os dogmas e rituais católicos.
Mas deixando de lado a remissão de meus pecados, voltemos ao novo Papa, um homem simples, humilde, que conheceu e tem uma união com a América Latina impar, também trabalhou incansavelmente pelos mais necessitados, é um homem de rosto sereno, e palavras suaves, dizem que sua maior força é a compaixão, no Peru trabalhou em áreas rurais, inclusive em áreas indígenas. Assumindo o título de Leão, apesar da simplicidade, precisará de fortes convicções e manejo diplomático para prosseguir com o carisma que Francisco alcançou mundialmente.
Estas reflexões sobre a evolução do catolicismo nos últimos anos, também nos levam a constatar que os rituais não modificaram, toda a imponência na aclamação do novo Papa, pois continua a seduzir e atrair curiosos peregrinos do mundo inteiro. A suntuosidade no Vaticano, o peculiar uniforme da guarda suíça, portas imensas que se fecham para o Conclave dentro da capela Cistina, um local onde pelo menos para mim, foi onde me senti muito mais próxima do Divino, pois no Vaticano, a arte seja nas esculturas, nas pinturas, nas edificações, nos escritos em latim, nos enleva o espírito e nos torna próximos à transcendência.

Durante a anunciação do Papa Leão XIV ao público que corria pelas ruas e se aglomerava na Praça São Pedro, desde a saída da fumaça branca na chaminé até sua apresentação na sacada imponente da Basílica de São Pedro, o povo de diversificadas idades, gênero, nacionalidade e religiosidade foi ao delírio, emoção, choro, palmas, risos e esperança, renovando o poder da Igreja Católica Apostólica Romana.
Tais manifestações nos levam a refletir que o mistério, belos rituais e a necessidade de alguém para “salvar o mundo” evocam interesse de pessoas da mais tenra idade, como crianças chorando emocionadas perante a grandiosidade do momento, jovens eufóricos celebrando, adultos esperançosos rezando até idosos hipnotizados acompanhando emocionados, presencialmente ou por aparelhos de televisão, reverenciando o novo pontífice, que inicia seu discurso dizendo: “La pace sia con tutti voi!”
