
Tell me something, girl
Are you happy in this modern world?
Or do you need more?
Is there something else you’re searching for?
A coautora destas frases é Stefani Joanne Angelina Germanotta, Lady Gaga.
Me diga uma coisa, garota
Tu estás feliz neste mundo moderno?
Ou precisas mais?
Tem alguma coisa mais que procuras?
Não é nada por acaso, sua emoção, sinceridade, lágrimas do show com 2.100.000 nas praias de Copacabana é pura Lady Gaga.
Em 2012, aos 26 anos, a cantora fundou com a mãe a Fundação Born This Way, cujo nome repete ao hit do segundo álbum de Gaga. Organização sem fins lucrativos, a fundação tem como foco empoderar jovens e lidar com problemas como crise de autoestima e bullying, e abordar inúmeras questões de saúde mental e mentoria.
Talvez uma das razões de empolgar tanto a juventude e a diversidade. Ela arrasta multidões da comunidade LGBTQIA+.
Nela, registre-se, tudo é sinceridade, é do coração, é convicção.
O SHOW
Quem escreveu e falou disse quase tudo, e li. Foi um espetáculo sem botar defeitos. Artes em todos os sentidos.
Nem vi todos os patrocinadores. Lógico, ganharam eles, mas ganhamos nós que gostamos de música, arte e diversão.
A Globo vai faturar? Sim. Outros? Vão. O prefeito do Rio também.
Se puder, volto a assistir ao espetáculo mais uma vez. Desafio para um bom debate do que é “espetáculo” de cultura, de fato.
TERROR
Mal encerrado o show, ainda bem que a notícia só veio à tona no domingo, um atentado estava sendo armando. Contra a comunidade LGBT e sei mais lá o que os terroristas tinham em mente.
Sei que havia um gaudério de São Sebastião do Caí no meio da trama.
Não é fortuito que seja daqui. Pois, no Rio Grande do Sul o fascismo volta sob o manto do terror, da mentira, do medo com forças nunca vistas.
Lady Gaga, na sua estonteante performance, teve momentos de fala, de conversa como devemos ter, falar como irmãos, para as comunidades, para os diferentes.
Falar de paz e amor como a gente queria fazer tudo nos anos 60 e 70 pelo mundo afora.
A jurista
Jurista e professora de Direito Processual, a vereadora do Recife (PE) Liana Cirne Lins publicou neste domingo (4) uma mensagem, com o objetivo de alertar a população brasileira e autoridades do Judiciário, após ser constatada uma ameaça de bomba neste sábado (3) no show da cantora Lady Gaga, município do Rio de Janeiro.·.
Corajosa e precisa esta vereadora que não conhecia. Representa a todos nós que lutamos pela dignidade das pessoas.
MEDO
O presidente da CNBB, nosso cardeal Sprengler, diz que desafio do novo papa será pregar numa ‘sociedade marcada pelo medo’. Falou que o medo se expressa de muitas formas hoje. Haja vista, por exemplo, os diversos conflitos armados.
Diz ele que “em a nossa realidade latino-americana a questão do narcotráfico, das milícias, a situação dos jovens que não sabem se vão conseguir superar talvez um curso universitário, se depois conseguem um lugar de trabalho à altura e por aí adiante”.
AS VÍSCERAS DO FASCISMO
A exposição escatológica do Bolsonaro no Hospital é um sinal dos tempos, tempos sombrios, de terror, do legado do fascismo, a cadela que sempre está no cio. É a amostra do pior do ser humano. É a busca do “tudo ou nada” que o bolsonarismo tenta. E como diz a jurista e outros, o legado desta gente está trazendo medo e terror ainda a cada dia, mesmo com seu enfraquecimento na teia social.
PAPA
Tomara que nosso cardeal tenha razão, que a escolha do Papa recaia sobre alguém que veja este “mundo moderno” que fala Lady Gaga em sua letra “Shallow”, vencedora de um Oscar.
Nosso “oscar” papal seria uma pessoa a continuar a luta pelos pobres, contra as exclusões, contra as guerras, contra o medo, pela ambiente sustável.
ADELI SELL é professor e escritor