Podes ver?

Se olhares bem, verás uma cidade ali.
Se olhares bem, vais notar que ela carrega marcas de dedos. São dos meus filhos.
Olha bem. Vês?

Ali tem pontes. Pontes que ligam. Quando eles montavam as cidades deles, lá na infância… de quem estou falando? Dos meus filhos. Bem, quando eles montavam, as cidades deles, lá na infância, a gente aproveitava e falava das fachadas e aproveitava e refletia sobre diferenças, igualdades e individualidades.

Falava das pontes e do que elas podiam unir e já comentava sobre unidade e alteridade. Vais me dizer que o tema era profundo? Acolho. Hoje eles contam que bastava uma pergunta para ouvir uma palestra nossa. São bem criativos, os filhos . Eu acho graça das lembranças deles.

Mas o tema do telhado, sem dúvidas, era o mais emblemático. Eles conviviam, e até eram reconhecidos pelas ruas, por peregrinos e desalojados. Peregrinos que buscavam um (re)encontro consigo e o mundo. Desalojados pelo sistema desumano e capitalista. Se eu escrevo em um Iphone? Não. Que engraçado tu és. Vais fugir do assunto?

Mas voltando aqui na conversa, tens olhado bem?
E quando te sentas ao lado do teu filho ou da tua filha, ou do teu sobrinho ou neta… tens aproveitado para falar sobre nossas relações? E que é nelas que nos humanizamos? Precisa, viu?

Deixo a dica, aqui, à luz desse lusco-fusco do entardecer.

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