Sempre vem aquela pergunta “maldita” na hora do exame: – “Tem algum caso de câncer na família?” Dá uma vontade de responder: – “ Existe alguma mulher que não tenha, doutora?!” Aí fazemos uma viagem no tempo e no espaço até nossas avós e trisavós e trazemos ao nosso corpo sutil e nossa memória: As mães cheias de talentos e que foram reprimidas e frustradas; As avós pretas que vieram em porões de navios e que, de rainhas, viraram escravas; As bisavós de pele branquinha e olhos da cor do céu que viram o sangue escorrer na guerra e abandonaram sua casa para a incerteza de um mundo que nem entendia sua língua, quem dirá sua dor; As trisavós que foram caçadas no mato por cães ferozes e estupradas por seres que se diziam humanos; As tias abusadas por viverem “de favor” na casa da irmã mais velha; As irmãs violentadas por mostrarem suas pernas numa festa; As primas julgadas e excluídas por ousar expor sua sexualidade ou por suas opções religiosas e políticas… isso não é CÂNCER na família, não sei o que é… Isso é muito mais do que herança genética, é HERANÇA de FERIDAS na ALMA! “LAVAR” as nossas calcinhas e sutiãs para remover essas mágoas (más águas) e colocá-las na LUZ do SOL e na luz da LUA é CURATIVO! Precisamos nos “TOCAR” da origem das nossas doenças se quisermos nos CURAR! Então…depois dessa viagem no PASSADO… respondemos: -SIM! “Só” uma tia por parte de mãe, que eu saiba! Colocamos nossos seios na máquina para serem “esmagados”. Nesse momento, a BENDITA MAMOGRAFIA nos leva para o FUTURO! Um futuro de novos e melhores tempos para todas nós! Um futuro de ESPERANÇA! Texto do livro “28 calcinhas no Varal” escrito para o Outubro Rosa de 2023. De forma leve e divertida, convida as mulheres a “se tocarem” da origem da doença que mais as assombra. Navegação de Post Será que já estou muito velha para começar? Quanto tempo temos?